quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Bocas

Olá.
Depois de um longo tempo de volta com as postagens.
Esses dias estive treinando um dos tipos de desenhos que mais gosto de fazer: Retratos.
Assim tive a idéia de fazer algumas postagens sobre o desenho do rosto.
Começando pelas suas partes.

Hoje vou falar um pouco sobre o desenho da boca.

A boca é uma das partes mais fáceis de serem desenhadas em um rosto. (Considerando que os olhos, o nariz e as orelhas são bem mais difíceis). Mesmo assim ela merece alguns cuidados.

O primeiro deles é não deixar que a boca no seu desenho fique uma forma plana, sem volume.
Se você notar bem, perceberá que a boca tem partes que avançam e recuam, gerando uma forma bem peculiar. Dá para dividí-la em 7 partes, sendo 4 no lábio superior e 3 no inferior.



Essa volumetria tem que ser levada em conta ao fazermos o desenho de uma boca. Percebam como as duas partes centrais superiores se projetam para a frente.
Em uma visão à 3/4 podemos perceber melhor esses volumes.


Em perfil os volumes permanecem. Atenção ao seguinte: O lábio inferior em uma vista de perfil geralmente estará um pouco recuado em relação ao superior:



Outra coisa legal de se notar é o seguinte: A linha mais importante no desenho de uma boca ou seja, aquela que vai carregar a maior parte da personalidade do modelo é aquela do encontro dos lábios. Veja só: Podemos até mesmo desenhar ela e apenas sugerir com poucos traços o lábio superior e inferior.


Aliás é isso que os artistas de mangá e quadrinhos geralmente fazem:



Uma ultima dica: ao desenhar um sorriso, afine os lábios e não desenhe nunca todos os dentes. Se você fizer isso vai parecer que o personagem está com raiva. o ideal é no máximo sugerir com poucas linhas alguns contornos dos dentes, deixando o resto para a imaginação do observador.




Por hoje é isso.
Agora estou com mais tempo livre e não devo sumir mais: Em breve mais posts!
Abraços



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cubo de Rubik

Olá amigos

Estes dias arranjei um tempinho pra estudar um pouco de animação 3d e fiz uma animação de um cubo de Rubik sendo resolvido, seguindo um tutorial na net.
Como o resultado ficou legalzinho, resolvi postá-lo aqui.
olha só:

Abraços

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tópicos Básicos de Desenho - Esboço

Olá amigos
Hoje vamos falar um pouco sobre o esboço.
O esboço é a fase inicial de um desenho. É o momento em que procuramos captar as formas, as proporções, os volumes, as linhas de movimento, enfim... pré-visualizar o aspecto final que desejamos que o desenho tenha.
Ele deve ser feito com linhas bem clarinhas, de preferência com um lápis HB. A medida que ele for ficando pronto e estivermos satisfeitos com o resultado, podemos ir fazendo a finalização e apagando as linhas iniciais.
Abaixo vocês podem ver um exemplo. Fiz um esboço de uma personagem que achei em uma revista antiguinha que tenho aqui.
Observem que o importante é definir as massas, as proporções e as linhas de movimento.
A finalização fica para uma etapa posterior...
Abraços


Testando a tablet

Olá amigos

Comprei recentemente uma tablet (mesa digitalizadora) para poder estudar pintura digital. Ela também vai ser bem útil aqui no blog, porque vou poder mais facilmente demonstrar técnicas, criar video tutoriais, etc.
O primeiro passo agora será aprender a usá-la. hehehe.  Na verdade, me acostumar com essa nova forma de desenhar na tablet, olhando pra tela, desenvolver essa coordenação.
Estou postando abaixo algumas experiências iniciais. Ainda estou meio atrapalhado, mas eu pego o jeito. :)
Em breve, novos posts.


Abs

domingo, 17 de outubro de 2010

Making of de um Personagem 3D

A modelagem de personagens em 3d é uma área da computação gráfica que têm se desenvolvido de maneira espantosa. A sua aplicação se dá em games, publicidade, cinema de animação e composições com atores reais em filmes.


Para quem tem curiosidade sobre o processo de desenvolvimento de um personagem 3d, vou nesse post descrever de uma maneira geral o passo a passo do desenvolvimento de uma personagem que criei, contemplando as etapas que geralmente fazem parte do desenvolvimento de qualquer personagem.

1 – Conceito

Todo o processo começa com a definição do personagem. Como ele é, o que faz, do que gosta, etc. É importante você conhecer a história do personagem para poder criar algo consistente. A partir daí começam os desenhos, croquis e estudos. Quanto mais tempo for gasto nessa etapa, mais segurança você vai ter nas etapas posteriores. Esta etapa geralmente termina com um desenho das projeções do personagem, ou seja, o personagem desenhado visto de frente e de lado. (Às vezes em outras vistas também).

Abaixo vemos um croqui de estudo da minha personagem – uma simpática bruxinha.





2 – Modelagem 3d


Com o desenho das projeções em mãos podemos escaneá-lo e jogá-lo dentro de um programa de modelagem 3D para servir como gabarito. Existe uma infinidade de programas que podem ser utilizados como por exemplo o 3d Max, Softimage, Maya e o Blender (Este último gratuito).

Uma das técnicas mais utilizadas, principalmente para games, é a modelagem poligonal. Ou seja, o modelo vai sendo construído , como se fosse uma escultura, a partir de polígonos dentro do programa 3d. Os polígonos vão sendo cortados, subdivididos e suavizados até que se obtenha a forma desejada.

Abaixo vemos os polígonos formando o rosto da personagem


3- Texturização


Nessa etapa o modelo criado vai ser texturizado. Isso significa aplicar uma “pintura” sobre ele, além de efeitos de brilho, transparências, revelos, etc. Geralmente, no caso de personagens se faz um Unwrap, ou seja, se abre a malha, a fim de se poder pintá-la em um programa de pintura digital (Photoshop por exemplo).

Abaixo temos a malha do rosto da personagem em processo de unwrap



Agora já temos uma escultura estática dentro do computador. O próximo passo é prepará-la para o processo de animação.


4 – Esqueleto.

Agora criamos um esqueleto virtual dentro do personagem. Isso mesmo, como ossos e juntas. Configuramos como esse esqueleto pode se comportar e quais os ângulos de rotação permitidos.



5 – Rigging

É criado nesse momento um sistema de controles para o personagem. O sistema é parecido com o de uma marionete. No caso, utilizamos em geral, formas 2d (círculos, retângulos, etc) através dos quais conseguimos controlar os movimentos das diversas partes do esqueleto.




6 – Skinning

É o ato de associar o esqueleto à malha. Aqui se define como a malha vai reagir ao esqueleto. Como vai deformar. Nessa etapa se fazem diversos testes prévios de animação para encontrar erros de deformação a fim de corrigi-los. É uma etapa bastante trabalhosa.

Abaixo alguns testes de deformação para identificar erros. Reparem por exemplo que a saia passa por dentro da perna...



7 – Morphing

Os controles do rosto e da animação das expressões podem até ser feitos por meio de ossos também, mas é mais comum se utilizar o processo de morphing. Nesse processo se modelam inúmeras variações do rosto (Targets) com diversas expressões faciais e movimentos de boca (para os principais fonemas). A animação é posteriormente feita combinando esses targets.

8 – Animação

Voilá! Agora você tem um personagem animável. Basta agora proceder ao processo de animação. Se for um personagem para jogos você vai ter que criar diversas animações, como andando, chutando, nadando, caindo, etc. Ou seja, todas as atividades que quiser que ele possa realizar no jogo. Esse é um processo trabalhoso, onde você vai configurando o movimento passo a passo, como se fosse em câmera lenta. Para animar uma simples caminhada (walk-cycle), você vai ter que se preocupar com todas as sutilezas do ato de caminhar. Experimente observar todo o seu corpo ao caminhar, andando bem devagar, e vai entender o que estou dizendo.

Aqui fiz um teste do andar da minha personagem, aplicanda sobre um fundo de uma foto.




9 – Pós produção

Dependendo do seu objetivo você pode realizar uma pós produção da sua animação em softwares como after effects ou combustion. Aqui é permitido acrescentar efeitos especiais (fogo, fumaça, explosões, partículas, etc) ou mesmo combinar filmagens reais com produções em 3d.



Obviamente essa descrição está bem resumida. Existem inúmeras variações a esse processo, dependendo do objetivo pretendido e do software utilizado. Mas eu queria apenas dar uma idéia geral de como é o processo de produção 3d para quem tem curiosidade e talvez vontade de aprender e passar a produzir seus próprios games ou animações.
Quaisquer dúvidas ou comentários podem escrever para desenhoecg@hotmail.com ou deixar recado no perfil do Orkut.


Até a próxima.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Curso básico de desenho - 2 - Formas Básicas

Se você quer desenhar qualquer coisa, seja um cartoon, um personagem mangá, ou um retrato realista, existem algumas coisas básicas com as quais você deve se preocupar.

 
Formas, Proporções e perspectiva.

 
Vamos falar um pouco sobre estas 3 coisas. Começando pelas formas.
O sucesso de um desenho consiste, em parte, em você conseguir enxergar as coisas como elas realmente são:



Observe os croquis a seguir:
Qual dos dois grupos de desenhos passa mais credibilidade ao observador?


Você pode estar dizendo:

Ok. Eu percebo o que você está querendo dizer... mas isso é muito complicado. Como eu posso representar os objetos de modo a passar essa impressão de volume?
A resposta:

Simplifique!!!

Um músico não começa o seu aprendizado tocando peças avançadas de Chopin. Ele começa aprendendo o básico: As notas musicais, depois os intervalos, os acordes, os tons... Na verdade, qualquer peça musical, por mais complexa que seja, é formada por esses elementos básicos. Uma vez que o músico tem pleno domínio deles, está pronto para avançar para execuções complexas.

No desenho é a mesma coisa. Quais seriam então os elementos básicos do desenho?

Adivinhou: As formas.

 
Mas que formas? O quadrado, o círculo, as retas, o triângulo, etc? Tah... essas são formas, mas formas bidimensionais. Ou seja, se você juntar essas formas vai conseguir fazer um desenho. Mas ele vai ficar “chapado” no papel. E não é isso que estamos buscando.



Então quais as formas a utilizar? Ora... É só lembrar das aulas de geometria espacial.

A esfera, o cone, Os prismas, os cilindros, etc. A partir da combinação desses elementos e suas variações conseguimos desenhos com aparência de 3D.


Qualquer objeto, por mais complexo que seja, pode ser decomposto em formas básicas.
Assim sendo: Se você conseguir desenhar essas formas básicas, com Proporções e Perspectiva corretas em qualquer posição... Parabéns, você estará apto a desenhar qualquer coisa.



E como fazer para desenhar as formas básicas corretamente???

Aguardem os próximos posts. Estarei falando mais sobre isso.
Abraços.

Curso Básico de desenho - 1 - Materiais

Uma das coisas boas sobre desenho é que ele é um Hobby barato. Tudo que você precisa é de lápis, borracha e papel para dar asas imaginação. OK... Acho que eu posso ser um pouco mais específico:

Lápis

Aconselho aos iniciantes usar lápis em vez de lapiseira. O motivo é que com o lápis você pode ter inúmeros tipos de pontas, enquanto a lapiseira você tem apenas aquela ponta com diâmetro padrão. Claro que para ter inúmeras pontas você deve fazer a ponta de seus lápis com o estilete e não com apontador. (Não é que seja errado usar apontador... aliás, não existe essa história de certo e errado. Apenas você terá muito mais flexibilidade se usar o estilete – Só cuidado pra não se cortar hein ;-))

Os lápis são divididos entre aqueles que têm grafite mole e os que têm grafite duro. Os da família B são moles, tem um traço mais escuro, borram com facilidade e são utilizados para fazer sombreamentos. Aqui temos o B, 2B, 3B, 4B, 5B e 6B. Quanto maior o número mais mole o grafite. Já os da família H são duros, geram um traço mais claro e marcam o papel com mais facilidade. Os lápis H, 2H, 3H, 4H, 5H e 6H são exemplos dessa família. Existem também os intermediários. No caso o Lápis HB e o lápis F.

Para os nossos exercícios aconselho adquirir pelo menos um HB e um 6B.


Borracha

A borracha ideal para desenho não deve manchar, rasgar ou borrar o papel. Aconselho uma borracha branca plástica. (Fiquem longe das borrachas escolares, tipo aquelas metade vermelha e metade azul...),


Papel

Existe uma infinidade de papeis para desenho e pintura. O mais comum é o papel sulfite (Aquele que compramos em resmas ou bloquinhos com 100). Aliás... é bom fazer logo uma distinção. Sulfite é o nome do material. A4, Ofício, Carta, etc são termos que se referem ao formato, ou seja, às dimensões do papel. Muita gente faz confusão com relação a isso.

Outro papel bem legal para desenho artístico é o Canson. Ele vem em blocos de A3 (29,7 x 42 cm) ou A4 (21 x 29,7cm). Existe o branquinho e um creme. O seu diferencial é a sua textura, que proporciona resultados muito bonitos, principalmente em desenhos sombreados a grafite ou a lápis de cor.



Então... para começar a nossa diversão, algumas folhas de papel sulfite, uma borracha branca plástica e um lápis HB e um 6B vão dar conta do recado.

No próximo post vou começar a falar sobre os princípios básicos do desenho...
então: Até lá!!!

sábado, 28 de agosto de 2010

Curso básico de desenho - Introdução

Estarei, a partir de hoje, realizando uma série de postagens direcionada a iniciantes que sempre quiseram aprender a desenhar. Se você é fã de desenhos artísticos, quadrinhos, mangás, etc; mas não consegue desenhar nada além de "bonequinhos de palito", essas postagens são para você.

O MITO: Mas eu não sei desenhar Alexandre!!!

É engraçado como essa é uma das frases que eu mais ouço de iniciantes que querem aprender a desenhar. Eu nunca ouvi ninguém dizer “Eu não vou fazer um curso de inglês porque eu não sei falar inglês!” Mas com relação ao desenho as pessoas têm essa visão de que não adianta fazer um curso ou estudar “já que elas não sabem desenhar”

O que acontece é que existe um Mito acerca do desenho que diz: “O desenho é um Dom” (Assim... com letra maiúscula e tudo!!!). “Se você não tem esse Dom não será um bom desenhista” “Se você não “nasceu desenhando bem”, não adianta nem tentar”

No entanto, isso não é verdade. Tudo bem que existem pessoas que têm uma facilidade inata para perceber proporções, luz e sombra, visualização espacial, etc. E por isso desenham bem desde pequenas.
Mas isso não quer dizer que se esse não é o seu caso, você não pode aprender a desenhar!
Muito pelo contrário. Você pode desenvolver essas habilidades através de estudo e prática e se tornar um excelente desenhista.

Já falamos do mito, agora vamos aos fatos:

VOCÊ SÓ APRENDE A DESENHAR DESENHANDO

Não adianta ler centenas de livros sobre desenho, ver montes de vídeos no You Tube, fazer dezenas de cursos, ler todas as postagens deste blog, etc. Se você não praticar regularmente não vai aprender a desenhar. Simples assim! A teoria é super importante, mas só dá resultados depois de posta em prática.

Assim sendo, se você quer realmente aprender a desenhar, precisa pensar seriamente em reservar um tempo diário para praticar. Durante o nosso curso básico de desenho irei propor uma série de exercícios. É importante realizá-los com paciência, sem pular etapas, buscando compreender, fixar e praticar bem cada conceito antes de seguir em frente. Os maiores inimigos de um desenhista são a impaciência e a pressa. Procure curtir cada etapa do processo, cada exercício. Assim, com certeza quando você menos esperar vai estar fazendo desenhos que vão surpreender a seus amigos, familiares e a você mesmo.