sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Making of de Maquete Eletrônica


Olá
Vou falar hoje sobre o passo a passo da produção de uma maquete eletrônica. Na verdade vou falar sobre o processo que eu comumente utilizo nas minhas maquetes de interiores ou exteriores, como essa da imagem abaixo.



1-      Todo processo começa com o recebimento e avaliação do projeto. É a hora de estudar o projeto e definir as estratégias de modelagem.Esse comumente já vem em formato dwg (AutoCAD), se não vier eu o desenho em CAD 2D. Como exemplo para o post vou utilizar o projeto de um criado mudo que utilizei como exercício de detalhamento em minhas aulas.



2-      A partir da base 2d é iniciada a modelagem dos elementos em 3D. Costumo fazer isso no próprio CAD. Todos os elementos são criados a partir de processos de extrusão, revolução, somas, subtrações e interseções de sólidos. Já separo nesse momento todo o projeto em camadas de acordo com os diferentes materiais que utilizarei na maquete final. Com a base da modelagem pronta, exporto o arquivo para o 3Ds Max.


3-      No Max a primeira providência que gosto de tomar é inserir câmeras para definir os ângulos de visão que serão criados. As câmeras disponíveis no Max são semelhantes a câmeras reais. Você pode configurar a posição da câmera, do alvo, escolher as lentes que quer utilizar dentre inúmeras outras opções.


4-      A partir daí aplico um material básico bege, branco ou acinzentado em toda a maquete e inicio testes básicos de iluminação e render. Gosto de fazer essa pré-configuração nesse momento porque consigo gerar renderizações rápidas para os testes e consigo estudar bem a luz e sombra ainda no monocromático. Neste momento a utilização de renderizadores como Mental Ray ou Vray possibilitam o cálculo preciso das reflexões de luz emitidas pelos objetos, assim como diversos efeitos especiais. O 3ds Max permite ainda utilizar uma gama imensa de tipos de lâmpadas, sendo possível controlar cada mínimo detalhe do comportamento das mesmas. (Intensidade, tipo de sombreamento, cor, angulações, atenuações, efeitos volumétricos, etc, etc, etc...)


5-      O próximo passo é a definição dos materiais. É possível determinar todas as propriedades físicas dos materiais como reflexões, refrações, brilho, polidez, texturas, rugosidade, transparências, opacidade, dentre muitas outras. Os materiais são criados e aplicados nos objetos.



6-      Objetos auxiliares, mobiliário, adornos, vegetação são inseridos em seguida. Existem bibliotecas de blocos diversas que podem ser utilizadas para facilitar o trabalho do maquetista.



7-      É hora dos ajustes finais e testes de renderização. Os ajustes finos de iluminação, reflexões, brilhos garantem maior realidade à maquete.

8-      São feitas então as renderizações finais. Dependendo da imagem essa etapa pode demorar muito tempo. É comum que para gerar cada imagem o computador fique processando por 1, 2, 3, 4 horas ou mais, dependendo da qualidade da imagem pretendida, presença de elementos de difícil cálculo como vidros e espelhos, quantidade de polígonos dos objetos, etc.


9-      Por fim as imagens são levadas ao Photoshop para correções finais de brilho, contraste, níveis de iluminação, eliminação de defeitos,cortes de enquadramento, etc.


E assim temos uma representação de um projeto, pronta para ser apresentada ao cliente.
Abraços e até a próxima.

sábado, 3 de setembro de 2011

Inkling


Esses dias um ex-aluno me apresentou uma nova ferramenta que achei sensacional.
Queria compartilhar com vocês:

Trata-se do novo lançamento da Wacom, empresa que produz mesas digitalizadoras. O nome é Inkling. Ela consta basicamente de uma caneta especial e um receptor.


Você pode desenhar normalmente com a caneta em um bloco de papel e o receptor reconhece e armazena os traços. A caneta é sensível inclusive às diferentes pressões utilizadas no desenho. 



Posteriormente é só acoplar o receptor a um computador e o resultado do seu esboço é digitalizado podendo ser exportado para o Photoshop ou Illustrator por exemplo.
É possível ainda criar camadas a medida que desenha.
O resultado final pode ser salvo em vários formatos como JPG, BMP, TIFF, PNG, SVG & PDF, criando assim arquivos vetoriais ou bitmap, dependendo da sua necessidade.
Assistam o vídeo e vejam a inkling em ação:



Para mais informações é só acessar: http://www.wacom.com/en/Products/Inkling.aspx

Valew a dica Armando
Abraços

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Do Fundo do Baú


Para a postagem hoje eu “desenterrei” uma série de desenhos dos meus arquivos pessoais. Trata-se de um trabalho meu do primeiro semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo. (1996)
O objetivo do trabalho era pegar um objeto e representá-lo através de desenhos técnicos – Vistas ortográficas frontal, laterais, posterior, inferior e superior; Perspectiva Isométrica e Perspectiva Explodida.

O trabalho devia ser fiel ao objeto. Para isso deveríamos medir detalhadamente o objeto de modo a representá-lo com suas medidas reais. A técnica de representação devia ser grafite sobre papel canson, com utilização de instrumentos (Esquadros, compasso, escalímetro, curva francesa, etc...).
Eu escolhi um carrinho que eu tinha em casa e... bem... o resultado vocês vêem a seguir.

Vistas Ortográficas











Perspectiva Isométrica



Perspectiva explodida
Aqui cabe uma explicação: Perspectiva explodida é o desenho do objeto mostrando o processo de montagem do mesmo. Todas as peças que vocês vêem no desenho foram milimetricamente (literalmente!) medidas e todos os encaixes estudados para ser corretamente representados



O desenho não está tecnicamente perfeito, mas fiquei muito feliz com o resultado. A título de curiosidade tirei nota 8,0.

É isso! Apenas um momento de saudosismo que eu queria compartilhar com vocês!
Em breve mais posts.

Abraços a todos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lápis de cor

Olá a todos
Quero falar hoje sobre um assunto bem interessante.

Pintura com lápis de cor.



O lápis de cor, por ser um material razoavelmente barato e acessível, é bastante utilizado na representação de desenhos de diversas áreas. No entanto muitas pessoas não utilizam de uma maneira adequada. A pintura profissional com lápis de cor precisa ser diferente daquela pintura que as crianças fazem no colégio.
O assunto é vasto e existem bons livros que se aprofundam no assunto e nas técnicas.
Pretendo aqui então, apenas dar algumas dicas básicas sobre o processo de pintura com lápis de cor, que podem ser úteis para estudantes arquitetura, design de interiores, moda, mangá e quadrinhos.

Primeiro de tudo! Os lápis que você utiliza precisam ser de boa qualidade. Isso exclui a maioria dos lápis que se compra baratinho em livrarias não especializadas e camelôs. Aconselho no mínimo trabalhar com uma caixa de 24 lápis aquareláveis de uma boa marca. Apesar de ser um pouco mais caro, você vai sentir a diferença na maciez do grafite quando riscar o papel.

O papel: bem lembrado!

Você pode trabalhar em uma folha de papel sulfite simples (e os exemplos que dei aqui foram todos assim). Mas vale a pena experimentar também papéis com uma textura mais pronunciada (60 kg, canson, etc).
Uma das belezas do desenho a lápis de cor é a propriedade que ele tem de revelar a textura do papel. Papéis coloridos também podem dar efeitos bem interessantes.

Outra coisa fundamental é o traço.

A maioria das pessoas quando vai pintar com lápis de cor já inicia fazendo pressão no papel e fazendo traços em direções irregulares. Isso acaba deixando a pintura irregular e o papel todo marcado. (1)


O nosso objetivo será deixar aparente a textura do papel e não os riscos do lápis. (2) (Ou quando quisermos que os riscos apareçam será de forma organizada e suave, sem comprometer a textura do papel)
Isso se consegue fazendo uma série de camadas bem suaves sobrepostas. A primeira camada será bem suave, quase invisível, apenas para começar a preencher a textura do papel. Trabalhe em uma direção só. Depois comece a sobrepor outras camadas, todas bem suaves. Pode mudar a direção de uma camada para a outra.
A cor vai começar a aparecer bem clarinha, e a medida que você avançar vai escurecendo gradualmente.
Lembre-se: Para fazer um tom mais escuro você vai sobrepor camadas suaves e não jogar pressão no lápis logo de início. As camadas finais podem até ter uma certa pressão que o papel já não ficará marcado.
Na imagem 3 temos uma técnica que se chama polimento. Nela é dada uma camada do lápis branco em cima do resultado 2. (Ou você pensava que o lápis branco da caixa não servia para nada?! Pois é o “polimento” é um dos possíveis usos dele) A aparência é realmente de polido. A textura do papel some.

Então vamos ao exercício de hoje. Escolhi para reproduzir a lápis de cor um conhecido desenho de um personagem que todos conhecem.
Em seguida mostro também um exemplo em ilustração de moda e design de interiores.

Vamos as etapas:

1-      Aqui temos o esboço a lápis.



2-      Seguido pela finalização com canetinha técnica.


3-      A pintura começa agora. O primeiro passo foi escolher uma cor de base para cada área e dar uma primeira camada beemmmm clarinha. Quase sem ferir o papel. (O que vocês estão vendo abaixo já foi forçado no photoshop, se não mal aparecia na imagem escaneada, de tão claro)


4-      Em seguida com as mesmas cores de base inicie a definição das áreas de luz e sombra e acrescentei outras camadas de pintura para ir gerando a cor.


5-      A seguir utilizando outras cores mais escuras fui acentuando as áreas de sombra, gerando mais contraste.


6-      A seguir acertei os tons passando mais camadas de cor, dei um leve polimento no desenho (Lápis branco lembram?) para suavizar um pouco e finalmente dei uma acentuada a mais nas sombras. O resultado final está abaixo.



O importante a perceber é que tudo é uma questão sobrepor várias camadas suaves e não querer logo ir pintando com força. Isso exige é claro paciência!!! O processo é demorado... não dá pra ser ansioso senão não fica legal.

Abaixo fiz um exemplo da mesma técnica em uma ilustração de moda. 


No desenho do sofá do início do post trabalhei sem as linhas da canetinha e utilizando um grafismo mais marcante.


Espero que tenham gostado. Quaisquer duvidas ou comentários podem enviar para:

Abraços











domingo, 10 de julho de 2011

Harry Potter

Olá!!!
Depois de um tempão sem postar nada. (Muito trabalho e correria), este fim de semana senti vontade de desenhar algo para o blog.
Como nesta semana teremos a estreia de Harry Potter and the Deathly Hallows, part 2, e como sou fã da série, resolvi utilizá-lo como tema para a postagem.
Assim resolvi fazer um desenho baseado em um dos posteres do novo filme e colocar aqui o passo a passo da produção do desenho.
Espero que gostem.

1 - Comecei como sempre com um esboço, tentando captar as proporções e formas principais da pose. Iniciei com a linha central da face e baseado nela defini a forma da face e a massa dos cabelos.
Daí sugeri a roupa e a posição da mão com a varinha


2- Algumas proporções não me agradaram a princípio. Apaguei algumas partes e refiz, procurando captar melhor a fisionomia do Daniel. Acrescentei em seguida mais detalhes. (Boca, olhos, nariz, óculos, etc.)


3- O próximo passo foi acrescentar algum sombreamento inicial para que eu pudesse sentir melhor como o desenho iria ficar depois de finalizado. Demarquei as áreas principais de sombras buscando captar o volume do rosto do personagem.


4- Em seguida procurei definir mais o sombreado e os traços fisionômicos destacando melhor as áreas de sombra intensa, meios tons e realces. Esfumei um pouco o desenho.


5- Procurei agora dar uma maior definição aos detalhes, trabalhando de uma forma mais suave e esfumando sempre para ficar com um aspecto legal. Apaguei também algumas áreas de sombra para dar uns toques de luz. (À esquerda no rosto). Algumas áreas periféricas como as mãos e a roupa preferi apenas sugerir, sem detalhar muito. Gosto dessa impressão de o desenho "ir sumindo para as pontas".




 6- Para dar alguns toques finais escaneei o desenho e no Photoshop acrescentei um fundo cinza clarinho e dei mais uma esfumada. Acrescentei também uma textura bem suave de tela e mexi um pouco nas curvas de tons.



Todo o processo deve ter durado cerca de uma hora e meia.
Poderia ter ficado bem melhor com um pouco mais de paciência, mas valeu o exercício.

Agora é só esperar próximo fim de semana para conferir o último filme da série.

Abraços a todos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Toon Boom Animate

Para quem deseja fazer animação 2d, o Toon Boom é uma boa idéia de software profissional de criação de animações. Nele é permitido trabalhar tanto da forma mais tradicional: escaneando desenhos feitos a mão, como desenhar diretamente no computador utilizando uma tablet.




Em ambos os casos, recursos sofisticados são fornecidos ao animador como utilização de câmeras tridimensionais com desenhos em planos múltiplos, sincronia labial e utilização de riggings (controles) com cinemática inversa para facilitar a animação.


O que você pode fazer com ele? Bem...  Bob esponja – O Filme e George o Curioso foram feitos nele... então você pode ter uma idéia.




Além de tudo existe uma versão gratuita para estudantes: O Toon Boom Animate PLE (Personal Learning Edition). Que pode ser baixada aqui:

A versão gratuita coloca uma marca d’água nas animações, além de restringir o tamanho e formato dos arquivos de saída. Mas como ferramenta de estudo e avaliação é válida.

Fica a dica. Vale a pena experimentar e se divertir criando suas próprias animações.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Saudoso THE

Estava aqui relembrando meus tempos de vestibulando, revendo meus antigos exercícios do tempo em que estudava para o temido Teste de Habilidade Específica (THE) da UFC. O teste, até pouco tempo era pré-requisito para quem quisesse se candidatar a uma vaga na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará.
Considero que o THE tinha um papel fundamental no processo seletivo dos futuros estudantes de Arquitetura.

É preciso entender, em primeiro lugar, que o THE não era simplesmente uma “Prova de Desenho”. Na verdade, o que ele buscava medir primordialmente – através do desenho – era a capacidade de visualização espacial, interpretação tridimensional e percepção de proporções, luz e sombra.

O desenvolvimento dessas habilidades antes do ingresso na faculdade, na minha opinião, permitia um nivelamento inicial dos alunos, possibilitando um maior aproveitamento da turma desde as disciplinas iniciais como desenho de observação e geometria descritiva, o que gerava posteriormente uma melhor compreensão dos sistemas de representação utilizados na linguagem do desenho arquitetônico.

A título de saudosismo deixo registrados abaixo alguns exercícios do meu tempo de vestibulando, questões típicas do THE, para que quem passou pelo teste possa ter boas lembranças, e quem não precisará mais fazê-lo possa conhecer mais ou menos como ele era.

Questões de Rotação: Nestas questões eram apresentados sólidos que deveriam ser redesenhados em posições rotacionadas indicadas.


Questões de encaixe: O objetivo aqui era descobrir a peça que encaixada em outra geraria um bloco 

Questões de encaixe: Aqui o objetivo era encaixar as peças complementares na principal e apresentar o desenho na posição pedida.



 Questões de Sombreamento: O objetivo era completar uma foto de um objeto, utilizando como referência fotos do mesmo objeto em outras posições.




 Questões de sombreamento: Nesta o objetivo era completar uma foto utilizando sombreamento.




Por fim um pouco de diversão para vocês. Criei a seguir uma questão típica de encaixes do teste. Desenhem o sólido que encaixado na peça a esquerda geraria a caixa indicada por linhas tracejadas. O desenho deve ser feito na posição indicada à direita. Enviem o resultado para o meu email (desenhoecg@hotmail.com) que eu lhes mando o Gabarito. Aceitam o desafio?
Boa diversão!!!







segunda-feira, 9 de maio de 2011

Você conhece a sua orelha?

Hoje vou falar sobre uma das partes do rosto mais intrigantes para se desenhar... as orelhas.
Você já parou para observar suas orelhas? Muitas pessoas quando vão desenhar uma orelha fazem o contorno exterior correto mas quando vão desenhar o interior criam um monte de linhas confusas gerando uma concha qualquer.
Na verdade a orelha humana possuiu partes bem definidas que devem ser desenhadas. Vamos conhecê-las?

Começando pelo contorno. O contorno da orelha tem a forma aproximada de meio coração com a parte inferior arredondada. É o lobo da orelha. A parte superior se dobra sobre si mesma formando a hélice e para proteger a entrada do ouvido temos uma protuberância chamada trago.


Dentro da hélice temos uma volume geralmente em Y chamado anti-hélice. (Em algumas pessoas o Y é mais evidente, em outras não...)


A parte inferior da antihélice se liga com a linha de continuação do trago formando a concha. (Que tem esse nome pois lembra uma... )


Voilá!!! Temos a forma básica da orelha.


Abaixo vemos duas orelhas já sombreadas, evidenciando os volumes. Em algumas pessoas a anti-hélice pode ser tão protuberante que se destaca sobre a hélice em uma vista frontal como no segundo desenho.


Ou seja. Existem muitas variações de pessoa para pessoa, mas quando for desenhar uma orelha lembre de colocar esses elementos básicos para que seu desenho fique mais verossímil.
É isso.
Até a próxima!!!