quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Do Fundo do Baú


Para a postagem hoje eu “desenterrei” uma série de desenhos dos meus arquivos pessoais. Trata-se de um trabalho meu do primeiro semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo. (1996)
O objetivo do trabalho era pegar um objeto e representá-lo através de desenhos técnicos – Vistas ortográficas frontal, laterais, posterior, inferior e superior; Perspectiva Isométrica e Perspectiva Explodida.

O trabalho devia ser fiel ao objeto. Para isso deveríamos medir detalhadamente o objeto de modo a representá-lo com suas medidas reais. A técnica de representação devia ser grafite sobre papel canson, com utilização de instrumentos (Esquadros, compasso, escalímetro, curva francesa, etc...).
Eu escolhi um carrinho que eu tinha em casa e... bem... o resultado vocês vêem a seguir.

Vistas Ortográficas











Perspectiva Isométrica



Perspectiva explodida
Aqui cabe uma explicação: Perspectiva explodida é o desenho do objeto mostrando o processo de montagem do mesmo. Todas as peças que vocês vêem no desenho foram milimetricamente (literalmente!) medidas e todos os encaixes estudados para ser corretamente representados



O desenho não está tecnicamente perfeito, mas fiquei muito feliz com o resultado. A título de curiosidade tirei nota 8,0.

É isso! Apenas um momento de saudosismo que eu queria compartilhar com vocês!
Em breve mais posts.

Abraços a todos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lápis de cor

Olá a todos
Quero falar hoje sobre um assunto bem interessante.

Pintura com lápis de cor.



O lápis de cor, por ser um material razoavelmente barato e acessível, é bastante utilizado na representação de desenhos de diversas áreas. No entanto muitas pessoas não utilizam de uma maneira adequada. A pintura profissional com lápis de cor precisa ser diferente daquela pintura que as crianças fazem no colégio.
O assunto é vasto e existem bons livros que se aprofundam no assunto e nas técnicas.
Pretendo aqui então, apenas dar algumas dicas básicas sobre o processo de pintura com lápis de cor, que podem ser úteis para estudantes arquitetura, design de interiores, moda, mangá e quadrinhos.

Primeiro de tudo! Os lápis que você utiliza precisam ser de boa qualidade. Isso exclui a maioria dos lápis que se compra baratinho em livrarias não especializadas e camelôs. Aconselho no mínimo trabalhar com uma caixa de 24 lápis aquareláveis de uma boa marca. Apesar de ser um pouco mais caro, você vai sentir a diferença na maciez do grafite quando riscar o papel.

O papel: bem lembrado!

Você pode trabalhar em uma folha de papel sulfite simples (e os exemplos que dei aqui foram todos assim). Mas vale a pena experimentar também papéis com uma textura mais pronunciada (60 kg, canson, etc).
Uma das belezas do desenho a lápis de cor é a propriedade que ele tem de revelar a textura do papel. Papéis coloridos também podem dar efeitos bem interessantes.

Outra coisa fundamental é o traço.

A maioria das pessoas quando vai pintar com lápis de cor já inicia fazendo pressão no papel e fazendo traços em direções irregulares. Isso acaba deixando a pintura irregular e o papel todo marcado. (1)


O nosso objetivo será deixar aparente a textura do papel e não os riscos do lápis. (2) (Ou quando quisermos que os riscos apareçam será de forma organizada e suave, sem comprometer a textura do papel)
Isso se consegue fazendo uma série de camadas bem suaves sobrepostas. A primeira camada será bem suave, quase invisível, apenas para começar a preencher a textura do papel. Trabalhe em uma direção só. Depois comece a sobrepor outras camadas, todas bem suaves. Pode mudar a direção de uma camada para a outra.
A cor vai começar a aparecer bem clarinha, e a medida que você avançar vai escurecendo gradualmente.
Lembre-se: Para fazer um tom mais escuro você vai sobrepor camadas suaves e não jogar pressão no lápis logo de início. As camadas finais podem até ter uma certa pressão que o papel já não ficará marcado.
Na imagem 3 temos uma técnica que se chama polimento. Nela é dada uma camada do lápis branco em cima do resultado 2. (Ou você pensava que o lápis branco da caixa não servia para nada?! Pois é o “polimento” é um dos possíveis usos dele) A aparência é realmente de polido. A textura do papel some.

Então vamos ao exercício de hoje. Escolhi para reproduzir a lápis de cor um conhecido desenho de um personagem que todos conhecem.
Em seguida mostro também um exemplo em ilustração de moda e design de interiores.

Vamos as etapas:

1-      Aqui temos o esboço a lápis.



2-      Seguido pela finalização com canetinha técnica.


3-      A pintura começa agora. O primeiro passo foi escolher uma cor de base para cada área e dar uma primeira camada beemmmm clarinha. Quase sem ferir o papel. (O que vocês estão vendo abaixo já foi forçado no photoshop, se não mal aparecia na imagem escaneada, de tão claro)


4-      Em seguida com as mesmas cores de base inicie a definição das áreas de luz e sombra e acrescentei outras camadas de pintura para ir gerando a cor.


5-      A seguir utilizando outras cores mais escuras fui acentuando as áreas de sombra, gerando mais contraste.


6-      A seguir acertei os tons passando mais camadas de cor, dei um leve polimento no desenho (Lápis branco lembram?) para suavizar um pouco e finalmente dei uma acentuada a mais nas sombras. O resultado final está abaixo.



O importante a perceber é que tudo é uma questão sobrepor várias camadas suaves e não querer logo ir pintando com força. Isso exige é claro paciência!!! O processo é demorado... não dá pra ser ansioso senão não fica legal.

Abaixo fiz um exemplo da mesma técnica em uma ilustração de moda. 


No desenho do sofá do início do post trabalhei sem as linhas da canetinha e utilizando um grafismo mais marcante.


Espero que tenham gostado. Quaisquer duvidas ou comentários podem enviar para:

Abraços